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Apoiados na Ciência e na Tecnologia

Atualizado: 8 de out. de 2020

Quando fundamos a NEW-e em 2012, haviam muitas dúvidas e algumas certezas sobre o negócio. Das certezas, uma das mais claras, e que desde sempre nos guiou como um grande farol, foi a vontade de fazer Ciência e desenvolver Tecnologia através da NEW-e.


A Ciência dá origem a Tecnologia
Na NEW-e acreditamos que é fazendo Ciência que desenvolvemos Tecnologia.

Ok! Olhando assim rapidamente, a mensagem foi passada. Só que, na prática, percebemos que nem tudo ficava tão claro. Ao menos para uma grande parte de quem nos ouvia.


Levamos um tempo analisando o porquê desse estranho fenômeno. Explicávamos com calma, sem atropelos e com bastante cuidado, mas ainda sim a mensagem não era percebida com clareza.


Tudo indicava que a falha da comunicação era da gente, afinal, se o comunicador não é compreendido, é porque a mensagem não pode ser decodificada. Logo, a falha é do comunicador! Nossa no caso.


Até que, passado um tempo, percebemos um detalhe sutil e determinante no meio de uma pergunta: “Mas o que é que vocês querem dizer com ciência e tecnologia?” Bingo! O enigma se desfez. A falha era mesmo nossa porque consideramos que as pessoas compreendiam "Ciência e Tecnologia", mas...


“Ciência e Tecnologia” não é algo tão simples de se compreender. E, para nossa surpresa, inclusive em alguns espaços onde se pratica e se produz Ciência e Tecnologia.


A questão é que falamos sobre algo que pensamos que sabemos. É aí que o processo trava! Hora do café...

Foi preciso reavaliar algumas questões internas à NEW-e. Ciência e Tecnologia, ambas, são mesmo muito importantes para nós e para o que fazemos? Sim. Ok! Precisamos expressar necessariamente nossa ligação com a Ciência e a Tecnologia? Sim. As pessoas precisam compreender nossa relação com a Ciência e Tecnologia? É bom que compreendam! Por quê?


Quanto mais pessoas compreendem a tal da Ciência e a tal da Tecnologia, menos difícil será praticar a primeira e implementar a segunda.

A repetição sistemática do par “Ciência e Tecnologia” e, por consequência, de “C&T” (acrônimo), gerou uma desconexão do entendimento de que elas não são a mesma coisa. Tipo a “Sandy Júnior”, daquela dupla que eu nunca sei o nome do irmão dela que canta junto. Ops… Não!!! A dupla é Sandy “E” Júnior. Onde a Sandy é A Sandy, a irmã e cantora, e o Júnior é O Júnior, o irmão e cantor. Vale lembrar que além de cantar eles ainda tocam alguns instrumentos.

Pois então… C&T, ou Ciência E Tecnologia, é a mesma coisa! Ciência é uma coisa e Tecnologia é outra coisa. São diferentes. Mas elas são grandes parceiras e andam bastante juntas, às vezes mais, às vezes menos.


E isso faz toda a diferença!!!

Direto ao ponto. Nos espaços acadêmicos, empresariais e políticos, fala-se muito em “Empresas de Base Tecnológica (EBT)”, afinal, são elas que carregam grande potencial de crescimento, geração de riqueza e desenvolvimento da sociedade. Muito justo e bem bacana, né?!


Acontece que não são poucos os artigos que falam de EBT e não abordam a Ciência de nenhuma forma, o que dá muito destaque à Tecnologia e nenhum à Ciência, passando a percepção equivocada de maior importância da Tecnologia. Isto ainda piora, quando Tecnologia e Ciência são tratadas como sinônimos. E não são.


Mas isto não é tudo! A pá de cal vem quando a visão empresarial (brasileira e na sua maioria, vale ressaltar!) afirma que não tem tempo para esperar a Ciência, porque ela é muito demorada. E o apagar das luzes acontece quando muito se fala em Inovação Tecnológica e pouco se fala em Incentivo à Ciência, o que torna este tipo de fala meio esquizofrênica. :/


E assim chegamos a uma realidade com inúmeras dificuldades, principalmente, socioeconômicas. FIM

#SQN !!!!


Vamos reconstruir o tema para demonstrar como nós da NEW-e vemos e nos apoiamos na Ciência e na Tecnologia.

Para ajudar, primeiro precisamos definir e convencionar o que entendemos aqui por cada termo. Essa é uma tarefa longa, e será tema de uma Curadoria Aberta que faremos e publicaremos aqui no blog em breve. Por isto, seremos bem mais objetivos neste post.


  • CIÊNCIA - vem do latim "scientia" (conhecimento), não apenas puro e simples conhecimento, mas adquirido baseado em uma estruturada definida chamada de método científico, que são regras pelas quais é possível testar diversas vezes a validade de suposições, hipóteses ou conhecimentos pretéritos ainda não validados pelo método científico. Isto é, depois de inúmeras provas é possível saber os motivos que justificam e validam ou invalidam um conhecimento. Conhecer o que é inválido também é muito importante para ciência! Para nós na NEW-e, se o método científico foi aplicado recorrentemente a ponto dos resultados serem previsíveis (diferente de absoluto!), então conhecemos algo e a ciência está sendo feita. Porém, sempre pode ser aprofundada!


  • TECNOLOGIA - vem do grego “techné” (técnica, arte, ofício, o que também é uma forma de conhecimento) e “logia” (estudo), ou seja, sempre esteve ligada ao estudo de como se executa determinada atividade, seja ela qual for. Para nós na NEW-e, quando alguém estudou ou nós estudamos uma forma de fazer algo e de fato essa forma foi encontrada e validada pelo método científico, existe ali uma tecnologia minimamente robusta. Que também sempre pode ser melhorada!


Assim como a gente aqui, você notou a relação entre Ciência e Tecnologia? Vamos repetir! “Quando alguém estudou ou nós estudamos uma forma de fazer algo e de fato essa forma foi encontrada e validada pelo método científico, ali existe uma tecnologia minimamente robusta”, complementando agora, “graças à Ciência”.


Se tem método científico, tem Ciência.

Notou como a presença do método científico na frase faz muita diferença e demostra a parceria entre Ciência e Tecnologia? É como a Sandy cantando e o Júnior tocando e fazendo segunda voz! :D


Analogias à parte, uma tecnologia robusta sempre está apoiada em um método científico adequado, o qual é a ferramenta ideal para a prática da Ciência. Aqui está o porquê dessa conversa ser tão importante para nós e tão importante de ser compreendida.


A NEW-e nasceu a partir da tese de doutorado de um dos sócios, o Carlos Sonier do Nascimento, o que nos caracteriza como uma spin-off acadêmica (da UFRGS! ;) ). Buscamos fazer Ciência para gerar conhecimento, porque compreendemos que a Tecnologia nasce de um conhecimento existente. BINGO! Percebeu?


Toda forma de tecnologia nasce de algum conhecimento? Sim! Isto precisa ficar claro, mas MUITO CLARO.

E todo o conhecimento que dá origem a uma forma de tecnologia é um conhecimento científico? Não! Mas recomendamos que seja. ;)

Se uma tecnologia 'A' nasce de um determinado conhecimento 'A' menos elaborado, a tecnologia 'A' tende a ser mais rudimentar, ou seja, pouco refinada, em alguns casos até ineficiente. No popular, “meio tosca”.


Agora, quando uma tecnologia 'B' nasce de um determinado conhecimento 'B' apoiado em um método científico, o resultado é uma tecnologia 'B' mais avançada, elaborada, sofisticada e eficiente em relação a 'A'. Por quê? Porque existe uma coisa chamada incerteza.


E que diferença faz essa tal de incerteza?

Quando se faz Ciência, ou seja, formular e aplicar determinado método científico, no caso do exemplo acima, o nível de incerteza é mais baixo e mais conhecido, inclusive nas suas falhas, sobre o conhecimento 'B', que emergiu do método científico, do que sobre o conhecimento 'A', que surgiu de um método mais rudimentar ou sem método.


Está aí a diferença entre a tecnologia 'A' (frágil) e a tecnologia 'B' (robusta). É por isso que precisamos falar mais sobre Ciência!

Logo… se a Tecnologia nasce da Ciência, se estamos em uma sociedade tecnológica, que tem incentivos para Empresas de Base Tecnológica (EBT), onde quem gera tecnologia de maior qualidade tem muito mais chance de gerar riqueza, não está claro que precisamos falar e fazer mais Ciência? Ou não existe relação entre quanto mais Ciência mais e melhores Tecnologias? #pausadramática


Pois então! Aí está o “elo perdido” da nossa sociedade brasileira. É a Ciência!

E por que isso nos impacta tanto na NEW-e? Porque desde o início queremos fazer Ciência e desenvolver Tecnologia através da NEW-e, lembra? Tá no primeiro parágrafo do post!


E isso requer tempo, investimento e uma variável fundamental: ACOLHIMENTO.

Quem segue pelo caminho da Ciência teria um rendimento muito maior em sua jornada se fosse mais acolhido pela sociedade, pelas pessoas e pelos dirigentes (que são pessoas! Ainda...). Não é por privilégios.


É porque precisamos conversar, perguntar, testar, interagir, repetir, e repetir tudo isso de novo.

Estamos mirando algo que muitas vezes não se sabe bem o que é e/ou como funciona. Precisamos de informações para desenvolver o método científico e a tecnologia que tanto interessa a todos.


Perdemos a conexão com a Ciência por falta de acolhimento. Cientistas e pesquisadores fazem seu trabalho e muito bem aqui no Brasil. Somos referência mundial em diversos segmentos.


Opa! Mundial não porque não somos referência no Brasil.

Exageros à parte, tem quem reconheça a Ciência brasileira aqui dentro do país, mas ainda são poucos perto do necessário. A consequência é que há muitas restrições à Ciência e aos cientistas e pesquisadores, porque são demorados, porque não entregam, porque custa caro, porque só se investe no que o mercado precisa, porque, porque, porque. Ah, isso não é verdade?


Somos o 12º país em produção de conhecimento no mundo (2018), isto é Ciência, mas somos o 66º país no ranking mundial de inovação (2019). Oi!? Alguma dúvida sobre a condição de falta de acolhimento da Ciência no Brasil???


Quem vive da Ciência vive para Ciência. É uma turma diferente. Tem um amor pelo que faz a ponto de fazer mesmo praticamente sem condições. Não à toa, em meio a pandemia, a comunidade científica brasileira se mobilizou e trabalha incessantemente mesmo sem remuneração e insumos básicos para este fim. Inclusive passou a produzir produtos e serviços (álcool gel, máscaras face shield e testes, sim, testes) para reduzir a escassez que o mercado não conseguiu atender.


Está claro que o ganha-ganha NÃO é o modus operandi entre Ciência e Negócios. Pelo menos por enquanto...

Precisamos de recursos e dinheiro para fazer ciência sim, mas não só. Neste momento e em um mundo pós-COVID-19, precisamos ainda mais do acolhimento da nossa sociedade para avançarmos e encontrarmos outras formas de cooperação e benefícios mútuos. Nossa recuperação como país e como mundo pode ser menos sofrida se acolhermos a Ciência, os cientistas, os pesquisadores, os bolsistas, os professores e as Instituições de Ciência e Tecnologia (ICT’s).


Acolham. Seja para uma ligação, para uma conversa, para um consulta, para uma visita ou para responder algumas das perguntas que a turma da Ciência tiver para fazer. Você pode não perceber, mas talvez daqui um tempo, você esteja comprando algo no mercado fruto do seu acolhimento ou talvez isto esteja salvando ou melhorando vidas, seja a sua vida, de um ente querido ou de um desconhecido.


Mas se você não acolher agora… esse momento no futuro talvez nunca chegue.

Sabemos que o tempo da Ciência e do mercado são diferentes, mas isto não impede que as partes negociem seus interesses e encontrem um meio termo. Vamos fazer mais Ciência na NEW-e, sim. E isso vai nos ajudar a produzir mais tecnologias na NEW-e, sim.


Mas também vamos dar suporte para mais pessoas e organizações fazerem isso também. O momento requer e nós estamos dispostos a fazer. Quer contribuir? Fala com agente. Quer apoio? Fala com a gente também.


Precisamos acolher a Ciência para desenvolver as Tecnologias. Vamos juntos...

Avante!


P.S.: esse é um post que se desdobrará em muitos outros materiais e artigos aqui no Blog e na NEW-e Space. Assine e seja membro. Fica ligado! To be continued… ;)




Conteúdo: Tainan V. Caballero e Carlos Sonier do Nascimento

Redação: Tainan V. Caballero

Foto: skeeze/Pixabay

Post: #3

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