Sim, o título de hoje contém um pouco de sarcasmo. Até porque o post de hoje é bem menos técnico que todos os outros até aqui e bem objetivo.
O assunto entrou na pauta porque nestes vários anos que fazemos atividades de empreendedorismo com grupos dos mais diversos perfis, a hora de colocar a mão na massa sempre foi um sofrimento. É impressionante o quanto as pessoas se sabotam quando a questão é realizar uma ação, seja ela grande ou pequena, simples ou complexa.
Realizar uma ação, em si, é uma expressão redundante, já que uma ação pressupõe realizar algo, ou seja, realizar seja lá o que for. Ocorre que uma ação pode ser pensada ou instintiva, sendo que no segundo caso, ela é feita e pronto, sem muito ou nenhum pensamento envolvido.
Acabamos percebendo que quando as pessoas elaboram um processo, muitas dúvidas surgem e o ímpeto da ação vai perdendo força e a incerteza do resultado, seja ele qual for, acaba por tornar a ação quase proibitiva de ser executada. E assim, muitos projetos e planejamentos acabam indo por água abaixo, justamente pela não realização da ação.
Costumamos dizer duas coisas para as pessoas que nos contratam ou interagem com a gente nas atividades:
A verdade não está aqui, está lá fora. Isso é para demonstrar que nossas convicções normalmente não condizem com a realidade do mundo lá fora, só condizem com o nosso mundinho, o que acaba colocando as pessoas na condição de irem até o mundo lá fora (ação) ou aceitar que suas convicções são mais forte e valeram para acabar com seus planos (não ação).
Se vocês não fizeram nada, não teremos como ajudar. Só podemos fazer algo a partir dos resultados que vocês apresentam para nós. Serve para deixar claro que os protagonistas não somos nós e que cada um é responsável por produzir suas próprias entregas, só então seremos capazes de dar contribuições realmente produtivas.
É aí que o sarcasmo do título se justifica.
É realmente incrível a quantidade e o nível das entregas que surgem a partir do momento que as pessoas, mesmo contrariadas e um tanto sem jeito, executam pequenas ações que retornam com grandes aprendizados, quase como um milagre! Pois é exatamente quando a mágica acontece e as plasticidade da mente das pessoas se transforma, abrindo espaço para um universo de possibilidades antes era bloqueado pela não ação.
Tanto que a expressão “o milagre da ação” nasceu em meio a uma de nossas atividades em tom de sarcasmo e logo ganhou ares de gozação com os participantes, porque a medida que eles agiam, as coisas aconteciam e os cenários se transformavam de forma surpreendente, para eles, claro. O mais legal desse processo, é ver o quanto as pessoas se modificam no meio desse processo.
Não porque dá tudo certo ou porque você tem ir lá e fazer simplesmente porque tem que fazer, mas porque cada vez que você age, algum aprendizado retorna e, se você olhar com calma e atenção, uma nova ação se apresenta para ser realizada. É como num jogo de xadrez, onde cada jogador faz um movimento de cada vez.
Com o tempo, essa lógica ganha agilidade mesmo em meio às incertezas, devido a familiaridade com a situação e segurança pessoal, e vira quase uma dança entre a pessoa e o mundo.
É quando o dito “milagre” acontece, porque as coisas começam a se desencadear de maneira mais fluída e guiadas pelos acontecimentos que se sucedem. Isaac Newton poderia dizer que esta é sua terceira lei, popularmente conhecida como ação e reação, e não estaria errado!
No mundo da ciência, os mundos teórico e experimental são mais definido, tanto que as validações experimentais são ansiosamente esperados quando uma nova teoria surge. Pois os experimentos são ações práticas para demonstrar até onde as cabeças pensantes alçaram as verdades do mundo lá fora.
Já no mundo dos negócios, isso é menos definido, mas também existem ferramentas de validação e prototipagem para descobrir o que está adequado ou não. Porém, a grande barreira está em ter falar diretamente com alguém e oferecer o que está sendo pensado.
Nesse momento, o medo de receber um não ou ouvir que sua oferta não é qualificada, adequeada ou que não desperta interesse petrifica as pessoas. É compreensível, afinal, hoje em dia estamos sempre procurando aprovação.
Por isto, é fundamental que você faça, porque se não fizer, também corre o risco de não ter aprovação.
Essa mecânica que envolve a ação é a base do empreendedorismo, sobre o qual já falamos aqui no post “O Empreendedorismo e Seus Caminhos”. Você precisa se expor, dar um passo à frente, sair da mesmice e expandir sua existência.
Isso não quer dizer que você precisa fazer a qualquer preço. Cuidado! É sempre bom e saudável calcular os riscos envolvidos, para evitar aprendizados muito doloroso. #ficaadica
De qualquer maneira, a ação é a principal forma de dizer ao mundo o que você quer dele, enquanto a não ação é outra forma de você fizer que aceita o que o mundo te oferece. A propósito, existe hora para a não ação, mas isso já um papo filosófico bem mais profundo… ;)
A mensagem de hoje é simples. Faça ou não faça, o resultado estará lá, muito embora você não saiba qual é. Então… apenas faça e descubra!
Avante!
Conteúdo: Tainan V. Caballero
Redação: Tainan V. Caballero
Imagem: Jakob Owens/ Unsplash
Post: #30
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